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Porque tenho direito

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Hoje acordei com os cabelos em pé. Olhei me ao espelho e vi um monstro , mas tenho direito. Hoje vesti o que me apareceu primeiro , porque tenho direito. Podiam até ser umas calças largueironas com umas pintas de lixívia , que interessa?! Hoje também tenho direito. Direito a vestir a camisola mais desbotada , de um branco quase cinza , exatamente da cor da minha alma, porque hoje tenho direito . Tenho direito a não por rímel ,nem base, nem bâton, nem raios de makeup, porque tenho direito, direito a ter olheiras, a ter borbulhas e até a cara de cu . Tenho direito de um dia , por mais manhoso e deprimido que seja , a ser eu mesma. Porque hoje acordei assim , e tenho direito a ser isto , tenho direito de me achar feia e mesmo assim não me enfeitar. Tenho direito de mandar esta sociedade à merdinha baixinho, porque não sou pessoa de desrespeitar ou ferir os sentimentos de ninguém e contudo os meus pensamentos gritam vão ao caralhinho bem alto cá dentro. Hoje os meus cabelos em

ela continuava

As folhas levitavam no céu , naquela segunda que parecia que ia ser dramática. O cinzento acompanhava a correria no asfalto , as rodas patinavam na água cintilante da rua, mas ela continuava a caminhar tranquila no passeio. Tudo o resto parecia frações de imagens , píxeis deslocados , emaranhados no tempo , que parecia não responder ao seu pestanejar. Ela continuava , olhava a dança do folhear, que as árvores largavam cantando ao vento . Trazia o cabelo amarrado a um laço negro , que brilhava na luz cinza daquela segunda. Carinhosamente andava , perante um cenário de outono cerrado , em que praticamente ninguém queria ver. Só mesmo ela para reparar. A água pintava os vidros , pinturas de um realismo chocante , só mesmo ela para ver que as folhas iam acompanhando os seus passos e o vento ia sorrindo para ela. O frio abraçava a forte , porém ela continuava mesmo que mais ninguém quisesse ver . Tinha um destino que sonhava pular , tinha uma rota que desejava alterar . Faltava lhe a corage

sentada

Descansado , doente, pele , boca, tomate, batata, velocidade, luxo, rio ,cidade, actual ,moderna, erudito, sereno. Sentei-me , via os olhares sobre mim mas segui o movimento. Em velocidade erudita olhei a porta , na espectativa de te ver passar por ela , sempre na espetativa de te ver. Sentaste te a meu lado , entre nós estava um luxo atual , as luzes não o ofuscaram enquanto a nossa conversa estremecia a cidade descansada. Sou de paixões fáceis , um coração vadio mas simples , que só quer ser companheiro. Ja esse , não reconhece sentimentos profundos , amarrado a ele próprio e intocável . Tu disseste me , sim disseste me , disseste o que não queria ter ouvido . Sentados sobre a nossa pele moderna como carapaça. E continuaste a dizer que o amor não existia ali . E eu já o vi em nós tantas vezes. 

"(Des)Humano" Telmo Alves

Aperto de mão refletido nas cinzas da ignorância colectiva. Explode o torresmo salival termodinâmico em que residimos. O brilho incessante, o sorriso constante da primazia obtusa pela incapacidade moderna de gerar empatia. Olha, vê bem, não repares, liga te ao projecto, faz parte, sê falso, na perspectiva verdadeira do inquérito quotidiano. Todos um só, um só degredo, que por entre contos e ditos mantemos olhares indiscretos sobre o abismal portentoso secretismo, de que chamamos, humanidade... A merda fantástica dos nossos antepassados, a verborreia das redes sociais, o suicídio social, siga, diverte te enquanto há tempo. Sê "humano..."

vazio

Vou despedaçada, ando sem coração , sou um vazio fusco que anda e fala . Pedaço de carne que circula nas ruas , aqui dentro não há nada, nem lágrimas existem. O escuro jorra se pelas minhas veias, o profundo pulsa na minha pele. Ando pela estrada sem direção porque nada tenho dentro de mim. Nem mal nem bem. Vou despedaçada, sem coração sem nada , sem sentir o gelo que me rodeia , cega para as sombras que tento engolir. Sigo , empurrada pela minha miséria, sendo a vítima das minhas escolhas, coloquei me a descoberto, não pussuo nada, nem mesmo me tenho.

tempo

Por esse rio erudito, onde tudo corre , tudo mesmo, mesmo o nosso tempo. Nesse luxo doente , carente de cuidado, nos vemos perdidos, desejosos do que não podemos ter. É nesse rio actual que penso em tudo , em tudo tudo,  em tudo mesmo, mesmo no nosso tempo . A luxúria com que nos gastamos fez perder o que nos era mais valioso. O rio erudito corre e continuamos cegos a tudo, a tudo mesmo, mesmo ao nosso tempo. Confio, confio mesmo ao ver o rio correr , essa velocidade actual , que me penetra a pele descansada, mas que não era suposto. Vejo que nos desgastamos, que como pedras desse rio tornamo- nos areia, culpa desse luxo doente que consumimos sem contemplar o nosso tempo que é o mais valioso, mesmo nosso.

cidade doente

Salta a batata veloz , saltita fervelhante de mão em mão , ninguém se resguarda, todos a querem pegar . É triste ver sair dessa boca luxuosa esse antro de hipocrisia , que vai saltitando , vasculhando cada mente , a ver se cabe por lá. Acha sempre espaço para repousar. Cidade doente esta, contaminada pelos boatos , que são batatas velozes a entrar nas cabeças , reviram as mentes e põem os instintos a gritar por guerra. Vejo-me a circular por elas , cabeças vorazes, e sinto-me um tanto fora , algo atual , talvez uma pele atual, um rio sereno, uma boca descansada, a travar qualquer tentativa fortiva dessa cidade doente. Cidade doente , batata veloz , boca luxuosa, pele actual

insecto

De púrpura meus olhos deixaste , inseto sangrento a bater na janela. Escorro-me pelas esquinas engordurado na tua frieza , ainda que não tenha essa  acidez constante... Escolheria não me apetecer mas está tudo à superfície e tu o sabes decor... És ministra deste desperdício aveludado. Vicio speedado o meu , que de ferida em ferida me corta ao meio , me abre , me retalha e tu danças no sangue vomitado, jorrado nas teias. O horroroso cintilar dessa felicidade me exorcisa e habita. Desaparece de mim mesmo que te sugue feito insecto cerebral .

arrabil de metim

"E passa a melódica corda do teu arrabil, pelo metim da tua saia, ninguém ouve o seu som, sem sentir a tua textura primeiro . Tu brilhas na plateia deixando o arrabil controlar os movimentos sinuosos do metim rubi, sobre a suavidade da tua pele. E essa música não pára só no estribo mas na pupila da nossa essência."

funestação

A lipemania dos meus ombros, de queixo cansado e nuca funesta, encostados a esta parede esverdeada, onde a minha acidia me viola, dia após dia... Não me reconheço nestas criaturas que correm nas suas viaturas. Ah! Este corre corre, tem-me como ninho, serve-me de colo e o absinto me suporta. Já nem a minha carne me quer, joga-me a este mural de musgo e abandona-me à sorte, ou destino quem sabe.

frases soltas

" Na tua excelência obsessiva observo. A tua vida pode não ser perfeita (nenhuma é), aliás a humanidade é uma colmeia em entropia constante. Contudo tens de ser um perfeccionista sanguinário ou desabas por completo.  Foi na multidão a celebrar que ela o agarrou. O seu ósculo quente dizia o adeus que ele tanto temia. Aquele bambaré levou lhe tudo , até a paz que ela trazia. Encontrei-te no alabastro, abatido, naquela manhã de neblina, não cheguei antes de acontecer. Ainda cálido, doaste a tua alma, não quiseste despedidas com sentimentalismos baratos, não eras assim. Até no teu adeus a tua queda era digna de um rei.

Nunca pensei (200 palavras)

Nunca pensei que me sentisse mais minha ao ser tua. Foi no teu toque que me apuraste os sentidos. Estas nossas possessões que nos guardam os demónios. Não, nunca os deixes partir , porque nunca irão para onde pertencem. É no nosso ser que devem gritar de prazer. É nos gemidos húmidos, que se devem acorrentar. Deixa-os dançar sobre a nossa sepultura, vendo-nos renascer a cada noite. Foi no teu corpo quente que nunca pensei encontrar o gosto, o vicioso gosto, de estar a arder nas tuas labaredas. Foi sim, nas tuas formas que reconheci os meus contornos e as minhas cores. Negras cores do mais íntimo e profundo, que me era desconhecido. Essas chamas que nunca iluminam as nossas encarnadas sombras. Vivo essa desejada ânsia de morrer em teus lábios. Se algum dia pensasse que a vida em teus olhos teria este ensanguentado paladar , teria voado como voa o vento, assombrando o nosso lado mais escuro. O terror seria uma gargalhada, sinistra, engarrafada à mercê das marés tendo o luar como berço. A

pele macia (7 vírgulas e 9 pontos)

Sobre a pele macia, de quem pensa tudo saber, rasgava-lhe o toque doentio do homem que nada sabia. Numa fração de segundos os dias giram mais rápido do que sonhou e ali estava o inesperado . Tanta inocência desabrocha, criando-se a si e a outro. Não fora por isto que os seus olhos brilharam mas fizeram-na chorar de culpa. Essa culpa nunca mais a largou. Sobre aquela pele macia, o saber se desvaneceu, o tempo passou e nunca mais esteve só. Sobre aquela pele macia, via-se florir e murchar a cada toque do destino. E ali estava o inesperado, que sobre a pele macia criava-lhe um coração. E naquela pele macia tem o seu colo ainda hoje.

silêncio ( 7 vírgulas e 9 pontos)

Dava a minha alma, tão solene e delicadamente, por uns instantes de silêncio. Preferia vela , mesmo que levada, arrancada de mim, lamentávelmente longe da essência, do que ter este grito dentro do peito. Dava-a cegamente em troca da paz. Em troca do sussurro que não se ouve. Oferecia-a, como a jóia do meu ser, para poder ter o som do silêncio. A sangrar corria as ruas vazias. Golpeada ainda a jorrar. Dava tudo e mais que fosse. Preciso da surdez do vazio e não da minha alma.

Fantasmas

Tenho os meus medos , porque os fantasmas andam nas ruas e nos corações , tenho os meus medos porque sei a humanidade que temos de não olhar para a nossa própria carne ...de vermos escorrer suor e escondermos o lenço por ser de cetim, é o mesmo bombiar , o mesmo inspirar e expirar contudo tiramos os tubos e jogamos desculpas para cortar o elo , cegos de egos nos colocamos em níveis invisíveis e depois temos medos... Medo de fantasmas que nos próprios alimentamos com a nossa alma ... Tenho os meus medos , de sobretudo me tornar humana de nível , de essência apagada e contaminada pelo andar dos outros.

No meu bolso

Algures, num dia qualquer, daqueles que somente tu te agarrarias a ele, falaste que me perdi quando esqueci do meu espelho de bolso. Olhei o meu bolso, com aqueles olhos que tentam ver e não somente olhar. realmente não o encontrei, contudo eu continuava ali . Não costumo ver os meus reflexos, também porque não se refletem cá dentro... Talvez seja escuro demais, tanto que a luz não consiga iluminar a ponto de se poder observar. Mesmo assim, todos os outros me veem intimamente do lado de fora e eu não me vejo dessa maneira do lado de dentro. Falo muito no que sou , no que gosto, no penso , e não me olho por dentro ... Precisaste vir de algures num dia qualquer, que só a ti diz respeito, para me fazeres procurar apenas um reflexo meu, num bolso onde o espelho enbaciou com o tempo e a falta de uso.

Código

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Foi loucura o nosso momento, a que imediatamente codificamos com sinais que só nós e o universo entenderiam. Por fim, reparei que de nada valiam códigos se o momento não passou disso mesmo . Uma troca, em que não prevalecia a justiça , dava-te tudo o que tinha e tu o que não tinhas . Em momentos encontrei-me nesse olhar que na realidade vejo que sem ti jamais me irei encontrar. Momentos que tiram o folgo, que levam a alma, que escondem sentimentos. Momentos que são isso mesmo ... Códigos perdidos em alguém que nunca memorizou a tua chave no momento.

solidão

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É que me deixaste só E vivia cheia do teu ser Mas tornaste me em pó Vivendo sem viver. É que me deixaste só Perdida à tua espera, Tão triste que metia do Imbecil a minha figura. É que me deixaste só a aprender a andar, E na garganta deixaste um nó Que fugiste para não desatar. É que não vou cair de novo, De menina me tornei mulher, E nas calamidades me movo Sem mais o passado ver. É que não vou cair de novo Pelo menos desse jeito, Tudo o que se igualar a ti removo Sem rodeios nem respeito.  

o enterro

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Andei pelos desertos onde o teu corpo fui riscando com o tempo como ombro.  Fui vendo miragens do nosso amor em oásis floridos, mas  a necessidade de ti me cegou para a realidade de viver sem a tua presença.  Enquanto vagava só , vi nas areias as nossas memorias dissolverem se por entre as dunas que ia construindo e continuei, fiz te o funeral do mais ardente que tinha, a sentir o fogo ainda a consumir me por dentro, e continuei. Fui em busca de frio, ao sabor de tempestades , lutando com as forças da natureza e quando finalmente cai no areal , vencida , tu sais da tua cova e me mostras de novo a tua brisa fresca.  Agora não quero oásis floridos , pois aprendi a ter o ombro do tempo para me acolher, agora não quero a tua presença pois sei caminhar sozinha, agora não preciso das nossas memorias porque me reconstrui depois de enterrar um pouco de mim contigo.

Estou cansada

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O cântico dos pássaros anuncia uma manhã fria, a neblina adensa a paisagem e permanece nos meus olhos, estou cansada... O desfoque persiste e já não reconheço ninguém, vultos circulam como espíritos muribundos a levantar o pó, e eu cansada... Ousso os gemidos desses espíritos espalhados a tocar nas árvores, elas queixam-se ao vento, e continuo aqui cansada... As brisas levam tudo com elas, e a chuva dá cor aos espíritos, aos gemidos e às angústias, estou tão farta de estar cansada... Vou limpar o rosto, colorir a neblina dos meus olhos, e dançar à chuva com os espíritos ao som da melodia dos gemidos das angústias, para não mais me cansar, de estar cansada... 

Sinto

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Sinto, mas vivo na camada mais superficial existente, em que seres como eu não passam de arquivos , como pragas, que ao mínimo toque contaminam a pureza indecifrável de alguns . Eu sinto, por mais ridiculo que possa parecer, eu sinto... Algo de loucos para os demais acima da superfície. Com o supérfluo de ter em mãos, estas vidas em quantidades exorbitantes, que se tornam uma banalidade. Aqueles dedos tão habituados a tais habilidades viram nos do avesso, sem a noção que apesar dos pesares , sentimos . E nesta camada superficial eu sinto , que não devia sentir, pois quando nos elevamos já nada se sente . Talvez seja essa a razão, que utilidade tem sensibilidade no céu?

Lembro- me

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Lembro- me de ti , nas noites silenciosas deste quarto . Onde o silêncio trás partes de ti , pequenos recortes , peças que me marcaram de alguma maneira e que agora apenas flutuam entre os compartimentos deste lugar. Já não sei amar sem ti , no fundo, nem mais me reconheço . Será que eras assim tão preciso para formares uma mera mulher ? Vou caindo aos bocados neste silêncio , e ninguém dá conta . Lembro-me de ti , dos nossos flashs, dos sítios que iria por ti , se não te nascesse outra alma nesse corpo. Este quarto tem aguentado a decomposição constante das noites despidas de ti. Mas eu lembro- me de tudo e dos nossos silêncios que agora engulo , porque até isso serve nesta minha fome .

Podridão

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Meu corpo estava ali enquanto minha alma vagueava nas ruas ... Procuro te incansável, sem mesmo saber o que procuro, apenas sei, que és parte de mim . Em Cada beco ou cruzamento, vasculho aquilo que visualizo como o ideal perfeito mesmo sabendo que o que talvez procure seja a imperfeição, ou o valor desta. Parece que me escorres pelos dedos e isso me corta por dentro , a cada dia mais um pouco apodrece. Não gosto como está o meu interior , a frieza de quem está a morrer aos poucos já me ultrapassa. E tu contínuas a esconder te  ... E a deixares ficar os golpes profundos ganhar infecção ... Porquê?

fantasma de outono

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Foi naquele outono , onde tudo caia , onde o vento gritava nos telhados que te vi morrer .Um outono ansioso , que ainda hoje varre os meus baús e amarra pedras aos meus pulsos . Estou presa lá , por entre as folhas a molhar o chão, fazendo do vento a minha voz nas janelas mal fechadas... E vi te morrer , não de uma vez só, mas em várias vezes , em quedas lentas,  na luz alaranjada daquele amanhecer. Não consegui enterrar-te o corpo e por isso te carrego por todo este tempo , feito fantasma gritante a bater as minhas portadas. Aquele outono vive em todas as minhas estações , e amarrada estou às suas pedras , atormentada pelo fantasma da tua memória, a sentir o vento da tua voz na minha alma.

A menina que sonhava

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 É... Eu peguei em tuas mãos e fui . Eu quis tanto sentir um amor verdadeiro que esqueci do meu próprio amor . Vivi em tuas mãos e nem sei se foram elas, se fui eu , que matei a menina . Era apenas uma menina que sonhava . Lembro- me de continuar a lutar , sonhava , sonhava e sonhava , e as tuas mãos severas me acordavam e acordavam, mais e mais... e sonhava outra e outra vez , até que a menina que sonhava não quis mais sonhar. Aí, as tuas mãos abraçaram-me , numa alegria tal que fiquei quebrada. Pecinha, a pecinha me juntei ... A menina reapareceu, só que já não era a menina que sonhava ... Era a tua mão marcada,  uma mão que me levou onde não dá mais para voltar. 

Agitação

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Acalma essas tempestades , sei que já te habituaste às tormentas , mas eu flutuo na minha calmaria . Também não estava á espera de deslizar para as tuas marés , venho de outras correntes , doutras âncoras desfeitas,  de portos semi destruídos . Perdoa-me não sei como lidar com as correntezas que me ofereces , sinto-me tão indefeza nesse mar ... Abriga-me nas tuas rochas , protege-me dessa tua agitação e beija-me ... Beija-me como um presente à muito pedido nas tuas preces ...

tu e eu

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 E o que nos acontece , inebriados pela paixão, em que o medo esconde a fusão. É um jeito acanhado que nos prende a ação , é um modo malandro que nos cativa o coração. Peço o teu ser como se de pão se tratasse , pedes me os lábios como quem lhe seca o paladar , os corpos se unem como se o mundo parasse, e existe ali um amor que não sabe esperar . Percorres sem medo o intransponível , e a autorização de entrada se torna possível. tudo acontece , o eu e o tu, desvanece . Livres de amarras, ganhamos  garras. A pairar contamos estrelas , mas não nos igualamos a elas . é superior , tu e eu agora somos amor.

O infinito

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O infinito conspirou  para te encontrar, depois de tantos rostos , tantos amores , que não se perderam nem foram por acaso , encontro hoje, o teu olhar que preenche todas as pecinhas ,onde todos os outros foram construindo só para ti . foi depois das lágrimas ,que  por eles  dadas , conseguiram limpar me a alma para a tua chegada . Cada promessa não cumprida foi a esperança deixada cá dentro para que um dia pudesse saber que um dia chegarias. O infinito nos confins dos seus propósitos, me trouxe para ti .

Distância

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Se fosse mais que uma parede o que nos separa,mais que uma janela ou um quarteirão ,  mas é a vontade que se escapa. O que a tua boca me sussurra , grita mentiras a tua alma . Busco a razão sem me render , nesse porquê desta distância que nos corrompe...Me desfazes com a tua distância indesejada , então que faço eu aqui a visualizar cada curva da tua pele ? sentindo o calor do desejo ? toque suave dos teus dedos , o aconchego do teu corpo suado . E a língua , que segue o meu sabor ,  lá estás tu entrelaçado a puxar os meus cabelos e deslizas a tua respiração pelo meu pescoço, mas que pede o aroma dos meus poros . Se fosse só uma parede o que nos separa , uma janela ou um quarteirão , estarias aqui para me amar.

Ao corpo

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Ao corpo... É o corpo que dói  É o corpo que sente  É o corpo que não mente  Quando ao corpo, um olhar destrói... Ao corpo que primeiro se faz ver  E no corpo a alma se pode esconder. Se no corpo é o que se quer ser. Mas de corpo a essência não significa Apenas no corpo existe. E de corpo sentimos o que a alma procura. E com o corpo se persiste na loucura. Não é com o corpo  É com a alma que se cura.